A Psicologia exerce importante papel dentro da equipe multiprofissional que atende o paciente geriátrico, acompanhando e monitorando as mudanças de […]
Leia maisA publicação, em 1942, do livro Counseling and Psychoterapy de Carl Rogers, possibilitou um deslocamento progressivo da abordagem psicométrica no […]
Leia maisA finalidade principal do aconselhamento em saúde é a redução de riscos para a saúde, obtida através de mudanças concretas […]
Leia maisÉ uma psicologia fundamentada na Fenomenologia, filosofia que rompeu com a escola clássica, grega, divergindo em vários pontos entre os quais sobre o conceito de essência.
Para a filosofia antiga a essência é algo interno que dificilmente se revela, ficando oculta sob as diversas manifestações da exterioridade que encobre a verdade do sujeito.
Para a Fenomenologia a aparência não esconde a essência, mas a revela, porque a aparência é a própria essência. Se uma pessoa esconde um pensamento, ou um sentimento, se ela não fala disso ou fala outra coisa no lugar disso, o que temos aí? Temos a revelação daquilo que é a essência da pessoa naquele momento: a essência de ocultar um sentimento. No caso ela revela que não quer revelar, e isto é uma revelação. A pessoa não é uma paixão escondida, ela é a que esconde a paixão.
Assim, a Fenomenologia valoriza o que aparece e não o que “deveria” aparecer. Ela enfatiza a experiência vivida da subjetividade. O que é isso? Uma psicologia que olha o fato, o fenômeno, aquilo que aparece. Buscamos compreender a pessoa no lugar em que ela está, sem interpretações acerca do “como deveria ser”. Então, a responsabilidade pessoal é posta em relevo, já que o foco sempre será a pessoa tal como ela se percebe e se anuncia.
O interpretar se baseia em modelos pressupostos. O compreender se baseia na realidade presente que é aceita pelo psicólogo de forma incondicional. A diferença é que na psicanálise temos sempre alguém fora de nós a quem atribuir nossas responsabilidades, na existencial as responsabilidades sobre nossas escolhas (sempre conscientes) são sempre nossas.
Quanto maior a consciência, maior a liberdade; quanto maior a liberdade, maior a responsabilidade. E a liberdade nos traz a ansiedade (ou a angústia) de nos sabermos únicos responsáveis por nossas escolhas conscientes. E isto não precisa nos trazer desespero e nos manter nele, porque essa angústia é libertadora a partir de um fato que ela me mostra: se sou responsável por minhas escolhas, também sou responsável por aquilo que será feito de mim daqui por diante, e isto é libertador. Ninguém detém o poder de me impedir de ser feliz, assim como a minha felicidade não está nas mãos de ninguém.
Tudo isso faz aumentar a minha responsabilidade acerca do tanto de empenho que preciso aplicar na direção dos meus projetos e desejos. A existencial chega para nos mostrar que estamos em nossas próprias mãos, mais do que poderíamos imaginar. Nossa liberdade é absoluta, como disse Sartre, mas ele explicou que a liberdade se realiza num contexto de facticidade, e isto quer dizer que há aspectos “fáticos” que precisam ser considerados, isto é, há coisas que não mudam porque fazem parte do mundo em-si.
Se sou francês, branco, classe média-alta, sexo masculino e sofro de uma patologia estrutural… se sou heterossexual, tenho pais falecidos e aos 60 anos ainda não tive um filho natural… nada posso fazer acerca disso. Tudo que aqui citei são facticidades (coisas que não posso mudar) e a minha liberdade é absoluta dentro deste universo. Mas vejam que a minha realidade não é essa. A minha realidade é o que faço com a minha facticidade, porque experiência não é o que lhe acontece, mas o que você faz com aquilo que lhe acontece.
– Walmir S. Monteiro